Publicado em 21 de julho de 2014 às 14:40

141º aniversário de Santos Dumont

Santos DumontOntem (20), Alberto Santos Dumont faria 141 anos. O mais célebre inventor brasileiro nasceu no dia de 20 de julho de 1873, em Minas Gerais. Seu pai, percebendo o gênio inventivo e gosto para ciência, direcionou os estudos do filho para a física, eletricidade, mecânica e química. Anos depois, quando completou a maioridade, Santos Dumont se mudou para Paris para complementar seus estudos.

O menino logo se interessou pelos motores de combustão que começavam a aparecer nos automovéis e, não tardou muito, para que ele unisse esse conhecimento aos balões, outro interesse seu.

No dia 20 de setembro de 1898, realizou o primeiro voo de balão com propulsão própria e, a partir dai, não parou mais de inventar. O seu sucesso chamou a atenção do milionário Henry Deutsch que, em 1900, ofereceu um prêmio de cem mil francos para quem, partindo de Saint Cloud, conseguisse contornar a torre Eiffel e retornasse em 30 minutos. É claro que Santos Dumont não ia ficar fora dessa e, depois de uma polêmica devido a um atraso de 29 segundos, o jovem inventor foi contemplado com o prêmio.

Muitos eventos vieram como consequência do feito: patrocínio do príncipe de Mônaco, construção de muitos outros balões, visitas ao laboratório de Thomas Edison…Até que chegamos no dia 23 de outubro de 1906, quando Santos Dumont entrou de uma vez por todas para as páginas da história.

Nesse dia, no Campo de Bagatelle, uma multidão incrédula assistiu o 14-bis voar por uma distância de 60 metros e ganhar a Taça Archdeacon – o dinheiro do prêmio, como de costume, foi inteiramente doado por Dumont aos pobres e operários de Paris. Posteriormente, o modelo conseguiu percorrer 220 metros, Santos Dumont produziu outras versões e inventos, recebeu o primeiro brevê de aviador e realizou muitos outros voos – até o ano de 1909, quando o mineiro, devido à problemas de saúde, decidiu que era hora de parar de voar.

A partir desse ponto, começa uma fase triste na vida do grande inventor: em 1914, com a explosão da 2ª Guerra Mundial, Dumont se amargurou muito ao ver seu invento sendo usado para fins bélicos e começou a sofrer de uma grande melancolia, que culminou em depressão. Durante esse período, mudou-se para Petrópolis, onde construiu “A Encantada”, um chalé cheio de inventos próprios, como uma escada onde só se podia pisar primeiro com o pé direito. Mas, apesar dessas invenções domésticas, a tristeza continuava e, em 1926, Santos Dumont apelou à Liga das Nações pedindo que os aviões não pudessem ser usados como armas de guerra – o pedido foi em vão e, no mesmo ano, Santos Dumont internou-se num sanatório na Suiça.

Em 1928, um pouco melhor, o aviador voltou ao Brasil e o Rio de Janeiro havia se preparado para recebê-lo em festa mas, fatidicamente, o hidroavião que ia fazer a recepção do inventor sofreu um acidente que não deixou sobreviventes. Abatido com o que parecia ser mais um mal presságio de suas invenções, Dumont optou por retornar a Paris, onde permaneceu até 1932, quando retornou ao Brasil. Mas, como a vida tem dessas ironias, justamente no ano de retorno, explodiu a Revolução Constitucionalista em São Paulo. Santos Dumont se entristeceu ainda mais e apelou para que não houvesse guerra civil e muito menos o uso de aviões nela. Mas não adiantou e, no dia 23 de julho, aviões atacaram o Campo de Marte. Foi demais para o inventor, que, aproveitando a ausência do sobrinho, suicidou-se na mesma data.

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