Publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 15:30

Especialista dá dicas de como evitar danos à bagagem despachada nas viagens de avião

Para evitar surpresas na hora de pegar a mala na esteira, depois de uma viagem de avião, alguns cuidados podem ser tomados na hora de arrumar a bagagem e até mais cedo, na escolha de uma mala de boa qualidade. As recomendações são do presidente da Abesata (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo), Ricardo Miguel, a entidade reúne as principais empresas de ground handling do país, responsáveis, entre outras funções, pelo transporte das malas até as aeronaves.

“Pouca gente conhece o trajeto da mala do momento do check in até a hora em que o passageiro recebe de volta na esteira, já no destino”, disse Miguel, se referindo às etapas de descida da mala por esteiras até a área interna do aeroporto, triagem, transporte em carreta até a aeronave. O mesmo acontece após o pouso.

Por todos estes motivos, eletrônicos, jóias, itens frágeis, como garrafas, não devem ser colocados na mala. Mas sim levados como bagagem de mão. Quando não houver possibilidade, a dica é declarar no momento do check in e se informar a respeito da possibilidade de ressarcimento em caso de dano.

Outra recomendação é respeitar o limite de peso e capacidade da mala. Ultrapassar o que foi estabelecido pelo fabricante sempre resulta em danos nas costuras, nas alças, nos pés, puxadores e nas rodas. “Bagagem acima de 30 quilos, por exemplo, correm o risco de estourar no manuseio na hora do carregamento ou descarregamento da aeronave”, disse o presidente da Abesata. E um outro detalhe, itens comprados com peso superior a 70 quilos devem ser despachados como carga aérea, assim serão acondicionados da maneira correta. “Vale lembrar também que centenas de malas são colocadas juntas no avião, no compartimento de carga, uma por cima da outra. Se a mala estiver muito cheia, pode estourar só por esse motivo”, alerta Miguel.

Com tantos modelos de mala disponíveis hoje, há sempre muita dúvida entre as rígidas e as de couro. Importa, na verdade, a qualidade da mala. Segundo Miguel, se a mala for de boa qualidade vai resistir ao transporte aéreo, o que vale a pena pensar é que as rígidas protegem melhor nos dias de chuva, quando o trajeto até aeronave pode deixar a bagagem molhada.

O que fazer no caso de extravio de mala

A Abesata recomenda a leitura no Guia do Passageiro da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e disponível em www.anac.gov.br para conhecer os procedimentos recomendados. “Basicamente, em caso de problemas, o passageiro deve fazer a reclamação na sala de desembarque no mesmo momento ou em até 15 dias”, disse o presidente da entidade. É preciso apresentar o comprovante de despacho da bagagem. A regra diz que se a bagagem for localizada em até 30 dias (voos domésticos) ou 21 dias (voos internacionais), deve ser enviada pela companhia aérea para o endereço fornecido pelo passageiro. Fora deste prazo, o passageiro deverá ser indenizado pela empresa aérea. Entretanto, na prática, os passageiros têm recebido as malas extraviadas em menos de 24 horas.

Vale dizer ainda que o índice de bagagem extraviada por passageiro transportado tem caído nos últimos anos. É certo que ainda falta tratamento para a estatística de 2013, mas segundo a empresa de Comunicação Aeronáutica SITA, com escritório no Rio, no ano de 2012 houve, no mundo, 8,83 bagagens extraviadas a cada mil passageiros, contra 8,99 em 2011. Em contrapartida a indústria de transporte aéreo registrou um incremento de 4,5% no número de passageiros no mesmo período, chegando a 2,95 bilhões. Com um volume maior de passageiros, inevitavelmente, cresce a pressão sobre a operação da bagagem. Os dados positivos são resultados dos investimentos das companhias aéreas, das empresas de serviços auxiliares de transporte aéreo e dos aeroportos em processos e sistemas para tornar o tratamento de bagagens mais rápido e eficiente.