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Cidades com tradição religiosa atraem turistas na Semana Santa

10 de abril de 2014

Paixão de Cristo em Nova Jerusalém (divulgação)

De acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Turismo (MTur), o turismo religioso é responsável por 3,6% das viagens nacionais e 0,5% das internacionais. Esse tipo de turismo movimenta cerca de R$ 15 bilhões por ano no Brasil. A Semana Santa, em que os cristãos celebram a paixão de Cristo, sua morte e ressurreição, é uma das datas que impulsionam esses números. Conforme os mesmos dados da MTur, a cidade de Aparecida (SP) é uma das que se beneficia desse segmento de turismo. Mas ela não é a única. Conheça outras cidades com tradição religiosa:

Diamantina (MG)

Os moradores encenam a morte e a ressurreição de Cristo durante a Semana Santa. As ruas e janelas são enfeitadas para a procissão e queima de Judas: as ruas ganham flores, areias e as janelas, colchas e toalhas coloridas.

Mariana (MG)

Aproximadamente cerca de 20 mil pessoas visitam a cidade nesse período. Na sexta-feira da Paixão, os fiéis cobrem a cabeça com uma túnica branca e percorrem as ruas do Centro Histórico. A encenação da Paixão de Cristo é dividida em duas partes, acontecendo, geralmente, na quinta e sexta-feira. Para o sábado são reservados shows musicais e a queima do Judas. No domingo de Páscoa, as ruas da cidade são cobertas, pela população, com tapetes de serragem colorida, pó de café e cal.

Ouro Preto (MG)

Todo o ano, as missas da Semana Santa se alternam entre a Paróquia Nossa Senhora do Pilar e a Paróquia Nossa Senhora da Conceição, devido à rixa entre paulistas e portugueses – antigamente, a primeira reunia a população de origem portuguesa e a segunda, paulista.  Este ano, as celebrações serão presididas pela Paróquia Nossa Senhora de Pilar, cuja fachada dever ser ornamentada nas cores vermelha ou roxo, em sinal de luto.

Na sexta-feira ocorre a procissão do Depósito, em que a imagem de Nossa Senhora das Dores é levada até a igreja nossa Senhora das Mercês e Misericórdia. No sábado ocorre a apresentação do “Auto da Paixão” pelo grupo teatral da Igreja de Nossa Senhora do Carmo. No sábado, a população faz vigília e confecciona tapetes com pó de fragmentos ou lascas de madeira, para, no domingo, ornamentar as ruas para a procissão do Santíssimo Sacramento.

Nova Jerusalém (PE)

Todo ano, a cidade é palco de um dos espetáculos mais famosos do Brasil: a encenação da Paixão de Cristo, com astros da televisão nos papéis principais. A encenação conta com 50 atores e 500 figurantes, em nove palcos-plateias, em um espaço de 100 mil m², durante quatro dias (12 a 19 de abril). A expectativa dos organizadores é de que, neste ano, a peça atraía um público de mais de 75 mil pessoas.

Santana de Parnaíba (SP)

A já tradicional encenação da paixão de Cristo da cidade, que ocorre há 17 anos, reúne cerca de 120 atores e 400 figurantes em um espaço de 15 mil m². São três dias de apresentações, que acontecem à margem do Rio Tietê, com duas horas e meia de duração. A entrada é gratuita, mas os visitantes podem contribuir com um quilo de alimento não perecível que será revertido às famílias assistidas na cidade pelo Fundo Social de Solidariedade.

Paraty (RJ)

A cidade mantém tradições que datam dos séculos XVII e XVIII, como a Procissão do Fogaréu (ou da Prisão), realizada apenas em algumas cidades brasileiras, como na cidade carioca, em Goiás Velho (GO) e Serrinha (BA). Nelas, os fiéis saem pelas ruas estreitas do centro histórico, que são iluminadas apenas pelas tochas seguradas pelos participantes (as luzes dos postes são desligadas). A procissão acontece ao som de matracas em vez de sinos, pois estes simbolizam júbilo.

Essa época também é uma das poucas chances que se tem para ver peças sacras de mais de três séculos de existência que ficam guardadas todo o ano no cofre do Museu de Arte Sacra de Paraty, na igreja de Santa Rita, sob tutela do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Algumas dessas peças são: as lanternas e o Pálio da Procissão do Enterro feitas de prata ricamente lavrada; a imagem em tamanho natural de Cristo Crucificado, de origem espanhola e que data do século XVIII; o esquife do Senhor Morto, feito de madeira, entre outros.

Goiás Velho (GO)

À meia noite de quinta feira, a luz dos postes do Centro Histórico da cidade se apaga, tendo início, então, a Procissão do Fogaréu, que simboliza a procura e a prisão de Cristo, com 40 homens encapuzados representando soldados romanos. Um estandarte com a imagem de Cristo é carregada por um dos farricocos (homens descalços, encapuzados e vestidos com túnicas pretas até o meio da perna). A procissão ocorre ao som de tambores e aos cânticos em latim entoados pelo coro.

Serrinha (BA)

Ocorrem na cidade diversos eventos voltados à Semana Santa: missas, caminhadas, vias-sacras, procissões, encenação da Paixão de Cristo e shows gratuitos.  Na quarta-feira, acontece a Procissão de Fogaréu, em que milhares de pessoas, iluminadas por velas, percorrem as ruas da cidade, ao som de cânticos. Na Procissão do Encontro, no domingo, a imagem de Nossa Senhora é carregada em procissão pelas mulheres e a de Jesus Cristo, em procissão pelos homens. Ambas as procissões se encontram, mais tarde, na Catedral de Santana, para a celebração da Missa Pontifical. No mesmo dia ocorre uma caminhada ao som de um trio elétrico, em comemoração à ressurreição de Cristo.