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Companhias aéreas suspendem voos para Libéria devido ao Ebola

29 de julho de 2014

As companhias aéreas africanas Asky e Arik Air suspenderam os voos com destino ou partida da Libéria e Serra Leoa. A decisão ocorreu após um liberiano que viajava para a Nigéria morrer de Ebola poucos dias após chegar no país. Quase todas as fronteiras da Libéria já estão fechadas devido ao surto do vírus de uma das doenças mais fatais do mundo, que já matou 670 pessoas desde fevereiro.

O medo se espalhou devido à morte do passageiro liberiano, que, já ao apresentar sintomas da doença, esteve em vários voos internacionais e pode ter espalhado o vírus para qualquer um que estivesse no avião. Devido à essa grave falha, precauções já estão sendo tomadas: oficiais de saúde pública do Reino Unido enviaram um alerta aos médicos britânicos para que prestassem atenção a qualquer sinal da chegada da doença e aeroportos da África deslocaram equipes médicas para fazer processos de triagem em aeroportos da região.

Sobre o vírus Ebola

O Ebola é um vírus que foi identificado pela primeira vez no Congo, em 1976. Ele causa uma febre hemorrágica com alta taxa de mortalidade e funciona mais ou menos como uma gripe: não há tratamento para a doença e, no prazo de dez dias, ou o próprio corpo da pessoa contaminada mata o vírus ou ela morre. Apesar disso, a maior parte dos pacientes submetidos a uma terapia de rehidratação nos primeiros dias em que surgem os sintomas responde melhor a doença.

O vírus também é muito contagioso e pode ser contraído através do contato com sangue, espirro ou do próprio suor e é possível contrai-lo até em funerais, já que no momento da morte o corpo fica altamente contaminado, assim como as roupas utilizadas pela pessoa. Nos primeiros dias após a incubação do vírus, os sintomas são dor de cabeça, febre alta e repentina, dores musculares e inflamação nos olhos. Depois, evoluem para vômitos e diarréia e início da falência de rins e fígado. A última fase da doença são hemorragias ininterruptas, que resultam em morte. Apesar de Ebola ser uma doença assustadora, não há nenhum perigo no contato com pessoas que se curaram totalmente da doença: os médicos sem fronteiras vem lutando em duas frentes na África – contra a própria doença e contra o estigma associado a quem conseguiu se salvar.

Para combater o preconceito, o fim do tratamento é um abraço, dado pelo médico, após o resultado de um exame de sangue que atesta que o vírus não está mais no corpo do paciente.