Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 17:21

Paralisação provoca atrasos nos aeroportos brasileiros

A Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) registrou até às 10h de hoje (22 de janeiro) 148 voos domésticos atrasados e 66 cancelados. Isso equivale a 19,5% e 8,7% do total de 760 voos programados. Os atrasos foram consequência da paralisação realizada no início da manhã por aeronautas e aeroviários, que reivindicam aumento de salário e melhores condições de trabalho.

A paralisação ocorreu das 6h as 7h desta manhã. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) tinha determinado ontem que aeronautas e aeroviários mantivessem 80% do efetivo trabalhando, mas, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a determinação não foi cumprida. Apesar das medidas tomadas pelo setor para que a paralisação tivesse minimo impacto para os passageiros, 20% das operações previstas foram afetadas, segundo nota da Abear. “Honrando seu compromisso de transportar os brasileiros com segurança e qualidade, as companhias aéreas estão normalizando as operações e adotando as medidas judiciais cabíveis”, completa a nota.

Alguns aeroportos, como o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, tiveram mais de 20% dos voos afetados: 20 voos domésticos estavam atrasados, de um total de 36 previstos. No Afonso Pena, em Curitiba, foram 11 voos atrasados de 35 previstos. Em Florianópolis, foram 6 voos de 15. No Aeroporto Internacional de Salvador a situação foi um pouco melhor, com 7 voos atrasados de 46 previstos.

Entre outras reivindicações, os aeroviários e aeronautas pedem aumento de 8,5% nos salários e benefícios e estabelecimento de piso salarial para os funcionários responsáveis pelo check-in nos aeroportos. O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, comandante Adriano Castanho, destaca a necessidade de melhores condições de trabalho e escalas mais justas. A redução do número de madrugadas consecutivas trabalhadas (atualmente pode chegar a cinco) e o direito a mais folgas foram exemplos citados por Castanho. Os aeronautas podem ficar até 22 dias viajando, com 8 folgas no mês.

A proposta do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias e da Abear é um aumento de 6,5% nos salários e 8% para alguns benefícios. Amanhã, dia 23 de janeiro, será realizada às 14h uma audiência de conciliação entre a Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), vinculada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), e o Snea no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília.