A frustração imensa de fazer todo o planejamento de uma viajem e ao chegar no país de destino, ser barrado no aeroporto e tem que voltar direto para o Brasil. Não imagine que essa possibilidade seja remota, o total de pessoas deportadas chegou 396.906 durante o ano fiscal, que abrangeu outubro de 2010 a setembro de 2011. Este foi o índice mais alto desde o início da série histórica, em 2001. As remoções para o Brasil atingiram o maior nível desde 2008. Em 2010 foram 6.072 brasileiros só dos que tentaram entrar na Europa. O número representa 12% das tentativas de entrada recusadas no continente.
Quais as causas de uma deportação? Diversas, desde de pessoas encrencadas com a justiça, até as próprias regras alfandegárias enrijecidas para evitar a imigração ilegal.
Para evitar aborrecimentos desse tipo algumas dicas são providenciais. As orientações vêm do Itamaraty e de consulados e embaixadas da Espanha – a campeã em deportações de brasileiros-, Reino Unido, França e Estados Unidos. Na maioria dos casos, os brasileiros são barrados por n~´ao conseguirem comprovar o propósito da viagem.
Procure revestir-se de um aura de seriedade, credibilidade e calma. Nenhuma fronteira está de braços abertos à baderneiros. O tom de respeito com as autoridades sempre cai bem e fuja das contradições, diga a verdade.
Independente de para onde você vá, tenha sempre em mãos uma prova de que a volta ao Brasil está garantida. Bilhetes aéreos ou voucher da companhia é o suficiente. Atenção redobrada com a embaixada da Espanha que deixa claro que a passagem deve ser “nominal e intransferível”.
O Itamaraty recomenda que o embarque seja feito “de acordo com os padrões locais e a época do ano em que a viagem ocorrerá”. Alerta, também, que “roupas leves ou muito sumárias em períodos de inverno intenso poderão, por exemplo, chamar a atenção das autoridades migratórias estrangeiras”. Por mais desligado com a aparência que uma pessoa seja, o estilo sóbrio e de bom gosto, evitar os tênis surrados e chinelos, cai bem. A discrição é sempre soma à favor.
Ao contrário dos países da União Europeia, para se conseguir um visto de entrada para os Estados Unidos é necessário passar por uma entrevista, ainda no Brasil, para a concessão do visto. O visto em si é uma permissão para que se vá ao país, mas a autorização de entrada quem dá são as autoridades fronteiriças.
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O único documento aceito em escala mundial é o passaporte. Certifique-se de que o seu tem uma validade de no mínimo seis meses além da data da viagem. Esta é uma das regras levadas mais à sério em aeroportos espanhóis. Cerca de um terço das deportações de brasileiros partem da Espanha.
Carteira de Trabalho, declaração de Imposto de Renda, registro de imóveis e holerites são exemplos de documentos que comprovam que você tem laços perenes com o Brasil. Cartas da empresa atestando sua relação com o trabalho, cartas de entidades de ensino, enfim, faça o possível para garantir que você não tem intenção de imigrar.
O vínculo financeiro com o Brasil é importante e é muito bom que se prove a posse de um montante razoável para os gastos com a viagem. Na países europeus da zona do Euro o valor mínimo baseia-se em 60 euros por dia.
Embora os consulados mantenham tradutores prontos para agir em caso de emergências, saber se comunicar, entender e se fazer entender é a melhor companhia para sua viagem. Em todo caso, mantenha um smartphone com dicionários, google translate, qualquer recurso que o permita se explicar. Não conte com a “sorte” de não compreender o que os fiscais te perguntam, eles querem respostas, ainda que breves e diretas.
Não é uma recomendação vazia de sentido. Os agentes imigratórios costumam fazer perguntas de todo tipo: o principal é o motivo da viagem, mas eles podem perguntar se você conhece alguém no país, se tem parentes. Se está viajando com um amigo, por exemplo, é comum os fiscais fazerem as mesmas perguntas para ambos. Informações desencontradas ou cair em contradição é motivo suficiente para a desconfiança. Seja claro, sucinto e tranquilo.
Preserve a calma, lembre-se que você não é um bandido e que as autoridades estão apenas cumprindo o dever. Evite grosserias, xingamentos e diversos tipos de postura intimidadoras, isto não cola. Os agentes são treinados para abordar qualquer tipo de pessoa, bandidos ou autoridades. Você tem direito a tradutor, advogado, ligações, contato com o consulado do seu país. Procure apenas provar que é um turista bem intencionado.
Da redação, com informações Veja e Itamaraty